quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A Bauhaus


“A arquitetura é a meta de toda a atividade criadora. Completá-la e embelezá-la foi, antigamente, a principal tarefa das artes plásticas... Não há diferença fundamental entre o artesão e o artista... Mas todo artista deve necessariamente possuir competência técnica. Aí reside a sua verdadeira fonte de inspiração criativa... Formaremos uma escola sem separação de géneros que criam barreiras entre o artesão e o artista. Conceberemos uma arquitetura nova, a arquitetura do futuro, em que a pintura, a escultura e a arquitetura formarão um só conjunto.”.




Essa citação consta no primeiro manifesto da Bauhaus, escrito em 1919 por Walter Gropius, mostram as idéias básicas da escola e o movimento q ela causou na Alemanha, entre 1919 e 1933. A Bauhaus reuniu vários criadores de vanguarda muito importantes, que criaram idéias que iriam prevalecer em todo o mundo durante o século XX.






Período de Weimar.

Em 1919, o arquiteto alemão Walter Gropius integrou duas escolas existentes na cidade de Weimar, a Escola de Artes e Ofícios e a de Belas-Artes, e fundou uma nova escola de arquitetura e desenho a que deu o nome de Staatliches Bauhaus (Casa Estatal de Construção), com sede num edifício construído em 1905 por Van de Velde.






Um dos primeiros movimentos da Bauhaus foi o Arts and Crafts, do inglês William Morris, que procurou restabelecer a dignidade medieval do artesanato e do artesão. Porém, o ensino da Bauhaus opunha-se às concepções de Morris, contrárias à revolução tecnológica e à produção em série. Também não agradava a Gropius o estilo art nouveau, devido a seu caráter decorativo e esteticista.








A Bauhaus combatia a arte pela arte e estimulava a livre criação com a finalidade de ressaltar a personalidade do homem. Mais importante que formar um profissional, segundo Gropius, era formar homens ligados aos fenômenos culturais e sociais mais expressivos do mundo moderno. Por isso, entre professores e alunos havia liberdade de criação, mas dentro de convicções filosóficas comuns.

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O ensino era suficientemente elástico, com a participação, na pesquisa conjunta, de artistas, mestres de oficinas e alunos. Para Gropius, a unidade arquitetónica só podia ser obtida pela tarefa coletiva, que incluía os mais diferentes tipos de criação, como a pintura, a música, a dança, a fotografia e o teatro.


De tal maneira a filosofia da Bauhaus impregnou os seus membros que sem demora se definiu um estilo em  produtos despidos de ornamentos, funcionais e económicos, cujos protótipos saíam das Oficinas para a execução em série na indústria. O estilo Bauhaus era fruto do pensamento dos professores, recrutados, sem discriminação de nacionalidade, entre membros dos movimentos abstrato e cubista.






Mudança para Dessau.

Ameaçada ao fim pelos conservadores por causa de suas inovações, a escola mudou-se em 1925 para Dessau, onde ficou até o começo do nazismo. Gropius projetou e construiu um conjunto de prédios que eram, em si mesmos, um manifesto de arquitetura moderna e uma das mais extraordinárias obras da década de 1920 para abrigar a Bauhaus.

As atividades da Bauhaus aumentaram em Dessau com o lançamento de publicações e a organização de exposições. Uma clara mentalidade racionalista presidia à elaboração dos projetos. Em 1928, Gropius passou o cargo de diretor ao suíço Hannes Meyer, abandonando a escola, já então consolidada, junto com Moholy-Nagy e Breuer.

A nova direção realçou ainda maior à arquitetura e assistiu à chegada das influências do construtivismo russo. Em 1930, Meyer, cuja postura esquerdista não era bem vista pelas autoridades, foi substituído pelo arquiteto alemão Mies van der Rohe. Este reorganizou a escola e deu-lhe um novo impulso.




Em 1932, com a chegada dos nazistas ao poder em Dessau, a Bauhaus transferiu-se para Berlim, onde continuou a funcionar até ao fechamento definitivo em 1933. As possibilidades da vanguarda alemã, com isso, fecharam-se também, mas o ensino inovador da Bauhaus já havia difundido a essa altura nos principais centros de arte. Tal difusão tornou-se ainda maior quando os grandes mestres da escola, devido às perseguições nazistas, passaram a emigrar, principalmente para os Estados Unidos e a Inglaterra.